
Bar
Ano: 2022
Local: Curitiba/PR
Área: Térreo 157,75²
Primeiro Pavimento 78,55m²
Área Externa 98,00m².
Área Total Projetada: 334,30m²
O The Oak nasceu com o propósito de democratizar o consumo de vinhos e cervejas artesanais, celebrando encontros cotidianos de forma autêntica e acessível. Após cinco anos de operação consolidada em Curitiba, a marca decidiu dar um novo passo: expandir por meio do franchising. A primeira unidade franqueada foi implantada em um endereço icônico — o Estádio Joaquim Américo, mais conhecido como Arena da Baixada.
Este projeto teve um papel crucial na trajetória da marca: além de ser a estreia do modelo de franquias, permitiu aperfeiçoar aspectos operacionais e realizar desejos antigos dos fundadores, que não haviam sido possíveis no bar próprio da marca devido a limitações de espaço. Assim, a unidade da Arena tornou-se não apenas um bar, mas o laboratório vivo que definiu diretrizes arquitetônicas, operacionais e conceituais para toda a rede.



Inserida em um dos principais estádios do Brasil, a unidade precisava dialogar tanto com a essência da marca quanto com o espírito esportivo do entorno. Muitas das referências dos fundadores vinham de bares esportivos americanos, e nesta oportunidade foi possível integrar esse imaginário ao DNA do The Oak.
O espaço amplo, com fachada extensa e aberta para o boulevard do estádio, exigiu um projeto capaz de responder a dois cenários de operação distintos: a rotina cotidiana e os dias de jogos, quando o movimento triplicava. A arquitetura, portanto, foi pensada para oferecer uma experiência fluida, eficiente e acolhedora em qualquer contexto.
A operação seguiu o modelo definido para as franquias: o cliente realiza o pedido diretamente no bar, escolhe seu vinho de forma acessível na estante de destaque próxima ao caixa e recebe bebidas prontas e coquetéis no ato, enquanto pratos e preparações de cozinha chegam à mesa pela equipe. Esse formato garante autonomia ao cliente, simplificação no treinamento e eficiência para o franqueado.
Nos dias de jogos, no entanto, o projeto previu adaptações estratégicas: cardápio reduzido e otimizado, pontos de chope externos para aliviar o fluxo interno e maior agilidade no atendimento. Essa flexibilidade operacional foi essencial para manter a qualidade da experiência mesmo em momentos de grande demanda.


O imóvel, de planta quadrada e pé-direito relativamente baixo, foi reorganizado para otimizar fluxos e ampliar a capacidade de atendimento. Um mezanino foi construído para abrigar áreas técnicas — banheiros, escritório, estoque e infraestrutura de cozinha — liberando o térreo para uma experiência mais ampla e integrada.
No piso térreo, o bar foi posicionado no centro do espaço como coração do projeto, cercado por eixos de circulação que organizam os fluxos de clientes e serviço. A cozinha, câmaras frias e apoio foram concentrados no fundo do imóvel, enquanto áreas de lounge, mesas e sofás orbitavam em torno do bar, promovendo dinamismo e conforto.
A área externa, localizada no boulevard Buenos Aires, funcionava como uma extensão natural do salão, com cobertura que protege contra o clima curitibano e cria um ambiente festivo de praça de alimentação. Essa conexão entre espaço interno e externo ampliou a capacidade do bar e reforçou o caráter democrático da marca.
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O mobiliário foi cuidadosamente desenhado para traduzir o equilíbrio entre o industrial e o acolhedor, marca registrada do The Oak.
Outros elementos característicos da marca foram mantidos: revestimentos de tijolinho, iluminação com lâmpadas de filamento e pedra portuguesa preta na câmara fria. O mobiliário solto, como cadeiras de inspiração escolar e sofás de couro caramelo, adicionou conforto e um toque nostálgico ao ambiente.
Mais do que um projeto arquitetônico, a unidade da Arena da Baixada representou um marco estratégico. Cada decisão — do layout ao mobiliário, da operação ao cardápio adaptável — foi pensada para consolidar a identidade da marca e transformá-la em diretrizes replicáveis para futuras unidades.
O resultado é um espaço que une eficiência operacional, identidade arquitetônica e acolhimento, provando que a arquitetura tem papel fundamental não apenas na estética, mas no sucesso e na expansão sustentável de uma rede gastronômica.